AVALIAÇÃO
DOS EFEITOS AGUDOS DA ELETROESTIMULAÇÃO DO MEMBRO SUPERIOR NA FUNÇÃO SENSÓRIO-MOTORA
DE PACIENTES COM HEMIPLEGIA ESPÁSTICA
Figueiredo, A.I.; Prado, A.L.C.;
Silva, A.M.V; Polachini,
C.R.N.
Curso de Fisioterapia, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil.
Introdução: A
estimulação elétrica funcional (FES) vem sendo utilizada no tratamento de
indivíduos portadores de seqüelas por acidente vascular cerebral (AVC). No
entanto, são escassos os estudos analisando os efeitos imediatos da FES prévio
a uma sessão de fisioterapia. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi
verificar os efeitos agudos da FES na função sensório-motora do membro superior
em pacientes com hemiplegia espástica. Considerando-se, os diversos níveis de
incapacidade funcional decorrentes do AVC e as limitações de mobilidade no
membro superior ressaltadas durante as sessões de Fisioterapia torna-se
relevante a avaliação dos efeitos imediatos da FES. Materiais e métodos: Onze pacientes de ambos os sexos, com
hemiplegia espástica de membro superior secundária a um AVC, foram submetidos a
intervenções com a FES e com a corrente elétrica placebo, em dois dias
diferentes, durante 30 min. Para aplicação do placebo foram utilizados os
mesmos parâmetros da FES, porém com uma intensidade apenas ao nível de limiar
sensitivo, sem a ocorrência de contração muscular visível. Antes e após, cada aplicação
na região posterior do braço e antebraço hemiplégico foi avaliada a função
sensório-motora de membro superior pela Escala de Fugl-Meyer. Os dados com
distribuição normal foram analisados pelo teste t de Student pareado e os com
distribuição assimétrica foram analisados pelo Teste t de Wilcoxon. Foi considerado
um nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: Foi observado um aumento dos valores da Escala de
Fugl-Mayer após a aplicação da FES (88,5 ± 14,7 vs 94,5 ± 15,5; p<0,001) e do placebo (87,3 ± 15,7 vs
90,5 ± 16,7; p<0,007). No entanto, através da
análise do delta de variação, a FES (5,9±4,5) promoveu um maior incremento da
função sensório motora (p<0,033) do que o placebo (3,3±3,2). Discussão/Conclusão:
HARA et al. (2008) relata que o
aumento na estimulação somatosensorial aplicada a um membro hemiplégico pode
beneficiar o desempenho funcional de pacientes com AVC. Trabalhos anteriores descrevem que ambas
as funções sensitiva e motora podem ser restauradas com o uso contínuo da FES
(PECKHAM et al., 2005). Em nosso estudo a aplicação de uma sessão de FES
mostrou-se de grande valia na melhora da função sensório-motora do membro
superior espástico. Esses benefícios demonstram a relevância e a necessidade
dessa terapêutica coadjuvante, como forma de uma possível otimização dos exercícios
cinesioterapêuticos durante uma sessão de fisioterapia.
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