sábado, 15 de dezembro de 2012


AVALIAÇÃO DOS EFEITOS AGUDOS DA ELETROESTIMULAÇÃO DO MEMBRO SUPERIOR NA FUNÇÃO SENSÓRIO-MOTORA DE PACIENTES COM HEMIPLEGIA ESPÁSTICA
Figueiredo, A.I.; Prado, A.L.C.; Silva,  A.M.V; Polachini, C.R.N.
Curso de Fisioterapia, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil.

Introdução: A estimulação elétrica funcional (FES) vem sendo utilizada no tratamento de indivíduos portadores de seqüelas por acidente vascular cerebral (AVC). No entanto, são escassos os estudos analisando os efeitos imediatos da FES prévio a uma sessão de fisioterapia. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi verificar os efeitos agudos da FES na função sensório-motora do membro superior em pacientes com hemiplegia espástica. Considerando-se, os diversos níveis de incapacidade funcional decorrentes do AVC e as limitações de mobilidade no membro superior ressaltadas durante as sessões de Fisioterapia torna-se relevante a avaliação dos efeitos imediatos da FES. Materiais e métodos: Onze pacientes de ambos os sexos, com hemiplegia espástica de membro superior secundária a um AVC, foram submetidos a intervenções com a FES e com a corrente elétrica placebo, em dois dias diferentes, durante 30 min. Para aplicação do placebo foram utilizados os mesmos parâmetros da FES, porém com uma intensidade apenas ao nível de limiar sensitivo, sem a ocorrência de contração muscular visível. Antes e após, cada aplicação na região posterior do braço e antebraço hemiplégico foi avaliada a função sensório-motora de membro superior pela Escala de Fugl-Meyer. Os dados com distribuição normal foram analisados pelo teste t de Student pareado e os com distribuição assimétrica foram analisados pelo Teste t de Wilcoxon. Foi considerado um nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: Foi observado um aumento dos valores da Escala de Fugl-Mayer após a aplicação da FES (88,5 ± 14,7 vs 94,5 ± 15,5; p<0,001) e do placebo (87,3 ± 15,7 vs 90,5 ± 16,7; p<0,007). No entanto, através da análise do delta de variação, a FES (5,9±4,5) promoveu um maior incremento da função sensório motora (p<0,033) do que o placebo (3,3±3,2). Discussão/Conclusão: HARA et al. (2008) relata que o aumento na estimulação somatosensorial aplicada a um membro hemiplégico pode beneficiar o desempenho funcional de pacientes com AVC. Trabalhos anteriores descrevem que ambas as funções sensitiva e motora podem ser restauradas com o uso contínuo da FES (PECKHAM et al., 2005). Em nosso estudo a aplicação de uma sessão de FES mostrou-se de grande valia na melhora da função sensório-motora do membro superior espástico. Esses benefícios demonstram a relevância e a necessidade dessa terapêutica coadjuvante, como forma de uma possível otimização dos exercícios cinesioterapêuticos durante uma sessão de fisioterapia.

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