sábado, 15 de dezembro de 2012


AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DAS ENZIMAS COLINESTERASES EM PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA

Polachini, C.R.N.; Calgaroto, N.S; Spanevello, R.M.; Schetinger, M.R.C.; Morsch, V.M.
Programa de Pós-Graduação em Bioquímica Toxicológica, UFSM, Santa Maria, RS;  

Introdução: A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença caracterizada por neuroinflamação e neurodegeneração no sistema nervoso central que resulta da reação dos linfócitos T e anticorpos contra a bainha de mielina. Tendo em vista, que o sistema colinérgico contribui para regulação das funções imunes, através de mediadores como a acetilcolina (ACh). O presente estudo teve por objetivo verificar a atividade das principais enzimas regulatórias do sistema colinérgico, a acetilcolinesterase (AChE) e a butirilcolinesterase (BuChE). Pelo fato da ACh estar relacionada com eventos anti-inflamatórios e sua concentração plasmática ser regulada pela atividade das colinesterases, considera-se relevante a avaliação de suas atividades em pacientes com EM. Materiais e métodos: Foram selecionados 20 pacientes com diagnóstico clínico de EM e 20 controles. Coletou-se sangue por punção venosa, dos indivíduos saudáveis e dos pacientes com EM, em tubos vaccutaneir com e sem anticoagulante. A atividade da AChE de sangue total e da BuChE sérica foram determinadas pelo método de Ellman et al.(1961) com modificações, sendo a atividade da AChE expressa em mU/mmol de sangue total e da BuChE em µmol BuSch/h/mg de proteína. Todos os indivíduos que participaram da presente pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram analisados pelo teste t de Student. Considerou-se um nível de significância de 5% (P<0,05). Resultados: Os resultados demonstraram que a atividade da AChE em sangue total (466,9±24,06; P<0,05) e da BuChE sérica (10,06± 0,54; P<0,05) apresentam-se elevadas em pacientes com EM quando comparadas com indivíduos do grupo controle (AChE:360,8±16,36; BuChE:8,31±0,72; P<0,05). Discussão/Conclusão: DARVESH et al. (2010) relata que o aumento na atividade da BuChE poderia contribuir para as respostas imunes pró-inflamatórias. Estudos prévios em modelo animal demonstraram que inibidores das colinesterases podem atenuar a liberação de citocinas pró-inflamatórias (NIZRI et al., 2008). Com o aumento da atividade da AChE e da BuChE em sangue total e soro dos pacientes com EM encontrado em nossa pesquisa, sugere-se que a ACh possa ser degradada mais rapidamente e por conseguinte, seus níveis plasmáticos diminuem. Sabendo-se que a ACh apresenta propriedades neuroprotetoras e anti-inflamatórias, o aumento na atividade das colinesterases poderia contribuir para as alterações imunológicas e inflamatórias observadas nesses pacientes com EM.
                                                                                  

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