AVALIAÇÃO
DA ATIVIDADE DAS ENZIMAS COLINESTERASES EM PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA
Polachini,
C.R.N.; Calgaroto, N.S; Spanevello, R.M.; Schetinger, M.R.C.; Morsch, V.M.
Programa de Pós-Graduação
em Bioquímica Toxicológica, UFSM, Santa Maria, RS;
Introdução: A Esclerose Múltipla (EM) é uma
doença caracterizada por neuroinflamação
e neurodegeneração no sistema nervoso central que
resulta da reação dos linfócitos T e anticorpos contra a bainha de mielina. Tendo em vista, que o sistema
colinérgico contribui para regulação das funções imunes, através de mediadores
como a acetilcolina (ACh). O presente estudo teve por objetivo verificar a atividade das
principais enzimas regulatórias do sistema colinérgico, a acetilcolinesterase (AChE)
e a butirilcolinesterase (BuChE).
Pelo fato da ACh estar relacionada com eventos anti-inflamatórios e sua
concentração plasmática ser regulada pela atividade das colinesterases,
considera-se relevante a avaliação de suas atividades em pacientes com EM. Materiais e métodos: Foram selecionados
20 pacientes com diagnóstico clínico de EM e 20 controles. Coletou-se
sangue por punção venosa, dos indivíduos saudáveis e dos pacientes com EM, em
tubos vaccutaneir com e sem anticoagulante.
A
atividade da AChE de sangue total e da BuChE sérica foram determinadas pelo
método de Ellman et al.(1961) com modificações, sendo a atividade da AChE expressa
em mU/mmol de sangue total e da BuChE em µmol BuSch/h/mg de proteína. Todos os indivíduos
que participaram da presente pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido. Os dados foram analisados pelo teste t de Student. Considerou-se
um nível de significância de 5% (P<0,05). Resultados:
Os resultados demonstraram que a atividade da AChE em sangue total (466,9±24,06;
P<0,05) e da BuChE sérica (10,06± 0,54; P<0,05) apresentam-se
elevadas em pacientes com EM quando comparadas com indivíduos do grupo controle
(AChE:360,8±16,36; BuChE:8,31±0,72; P<0,05).
Discussão/Conclusão:
DARVESH et al. (2010) relata que o aumento na atividade da BuChE
poderia contribuir para as respostas
imunes pró-inflamatórias. Estudos prévios em modelo animal demonstraram
que inibidores das colinesterases podem atenuar a liberação de citocinas
pró-inflamatórias (NIZRI et al., 2008). Com o aumento da atividade da AChE e da BuChE em sangue
total e soro dos pacientes com EM encontrado
em nossa pesquisa, sugere-se que a ACh possa ser degradada mais
rapidamente e por conseguinte, seus níveis plasmáticos diminuem. Sabendo-se que
a ACh apresenta propriedades neuroprotetoras e anti-inflamatórias, o aumento na
atividade das colinesterases poderia contribuir para as alterações imunológicas
e inflamatórias observadas nesses pacientes com EM.
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